sexta-feira, 28 de setembro de 2012

enormes textos



Gostava de recuar no tempo e voltar a escrever aqueles enormes textos. Gostava de recordar esse tempo, esse sentimento. Lembraste? Nunca mais escrevi assim. Não tenho inspiração porque a minha inspiração eras tu. Eu gostava de escrever. Sentia-me bem apesar de chorar e chorar, chorar até não ter lágrimas… Escrever fazia-me bem. E escrevia para ti. Dizia-te tudo por palavras escritas daquilo que o meu coração não me deixava dizer-te pessoalmente. Cara a cara eu queria-te a ti e ao teu olhar carinhoso. Aos nossos momentos. Poucas palavras. Eras a única pessoa com quem eu falava sobre tudo. Foste e continuas a ser a única pessoa a saber como me sentia. Só tu sabias de tudo sobre mim. Cada olhar teu era como mil palavras de consolo e de carinho. E os teus textos. Sim os teus enormes textos cheios de sentimento. Gostava tanto de os ler. Só nós sabíamos o sentimento que ali cresceu. Tu também escrevias muito para mim. E quando acabou eu só pensava se continuavas a escrever para outra pessoa, se tinhas outra inspiração. Porque a minha eras tu e não consegui escrever mais.

Hoje sinto falta desse sentimento. A saudade é muita. As saudades tuas e desse teu olhar para mim. O meu sentimento continua aqui. Acho que nunca se foi embora só se desfez por uns tempos. Uns tempos que aprendi algumas coisas para as quais sempre me chamaste a atenção. Tu conheces-me, conheces-me bem de mais. E é por isso que sinto falta dos teus enormes textos. Do teu olhar. Do teu carinho e do teu abraço. Não imaginas a vontade que tenho de te dizer tudo isto, cara a cara, nada de enormes textos. Mas não consigo. O meu coração impede-me de o fazer. O sentimento é muito. Os momentos foram muitos para agora se perderem. Para te perder. Por isso escrevo, penso e choro. Choro até não ter mais lágrimas e um dia ganhar coragem para te dizer.

Ou mostrar-te este texto.

“Será que um dia estaremos juntos outra vez?” Gosto de pensar que sim apesar de tudo à minha volta dizer que não. “Eu não sei o futuro. Talvez.”
Abraçamo-nos.


Eu ainda me lembro de tudo.

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