sábado, 1 de dezembro de 2012

Alguém que diga ao meu coração para não fujir

Há sempre aqueles dias, momentos ou instantes em que nos sentimos mais frágeis. Instantes em que um filme nos faz deitar aquela lágrima pelo canto do olho ou que o observar um casal apaixonado por entre as pessoas no metro nos faz pensar que também gostávamos de nos sentir assim novamente. Ou de apenas sentir o leve toque de uma mão dada. A nostalgia das recordações invade o peito como se não nos deixasse respirar. É inevitável! As lágrimas escorrem e, deitada na cama como quem se deita num descampado a ver o céu estrelado, caminham pelas bochechas sardentas que ninguém imagina que sentem tanto o sabor ao sal. São a única forma de expressão para além das palavras que ateimam em não querer sair da minha boca. Sou muda: perco a voz cada vez que penso em começar a conversa. Sou ridícula: por pensar em mil e uma coisas para além do meu bem. Eu ficava bem se a voz não me falhasse. Talvez recupera-se todas as horas de sono perdido a pensar em ti e no que te posso dar: no que te consigo dar. No que precisas de mim: do que precisas de alguém que posso ser eu. Só quero ouvir aquele som de mensagem que ilumina tanto o quarto como o meu espirito. Gosto de saber que te lembras, embora menos vezes das que me lembro de ti certamente. 
As palavras já estiveram mais longe de se tornarem sons para os teus ouvidos, mas quando chego perto... algo me puxa e fujo simplesmente.
Só consigo fujir.


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