É tarde e lá vens tu de mansinho como quem não quer incomodar.
Já estou deitada quando tu chegas e fecho os olhos de novo à procura do sono.
Vens na calma da noite e no silêncio das horas tardias - vens de mansinho com esses teus pezinhos de lã - para me aconchegar.
E eu - tola - sinto-me nos teus braços.
Não passas do meu pensamento, não deixas o interior da minha cabeça e deitas-te ali comigo: não.
És a minha memória, a minha vontade de estar contigo.
És os meus sonhos, os meus acordar, os meus dias e o deitar.
Não passas do meu pensamento dia atrás de dia na esperança que a coragem venha.
És o meu pensamento - o meu último pensamento tardio.
Só tu vens.
Só a ti durmo abraçada.
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