quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Só tu vens

Chegas sempre pelo adiantar das horas com esses pezinhos de lã.
É tarde e lá vens tu de mansinho como quem não quer incomodar.
Já estou deitada quando tu chegas e fecho os olhos de novo à procura do sono.
Vens na calma da noite e no silêncio das horas tardias - vens de mansinho com esses teus pezinhos de lã - para me aconchegar.
E eu - tola - sinto-me nos teus braços.
Não passas do meu pensamento, não deixas o interior da minha cabeça e deitas-te ali comigo: não.
És a minha memória, a minha vontade de estar contigo.
És os meus sonhos, os meus acordar, os meus dias e o deitar.
Não passas do meu pensamento dia atrás de dia na esperança que a coragem venha.
És o meu pensamento - o meu último pensamento tardio.
Só tu vens.
Só a ti durmo abraçada.

Nenhum comentário: