Quase dois anos depois voltei. Não é que ache que alguém leia e que ache interessante, mas faço-o por mim. Muita coisa se passou mas não vou falar sobre isso, talvez noutro dia. Agora é hora de desabafar (como sempre foi feito o meu blog: de desabafos.).
Começo sempre os meus textos lamechas com "não sei", porque no fundo sou uma pessoa confusa. Posso parecer organizada e cheia de planos mas no que trata do coração sai tudo de pernas para o ar. Por isso aqui vai...
Não sei como me sinto ou como era suposto
sentir. Só sei que a minha cabeça está uma trapalhada! As borboletas estão cá
sempre que te vejo (e chegam adiantadas: aparecem assim que sei que te vou
ver!) mas não sei se o que sinto é segurança por saber que é bom ter este
sentimento por ti que ocupa tão confortavelmente o meu coração (sem saberes) se
é apenas isso: um sentimento com o qual tenho que lidar seriamente e admiti-lo.
Já há algum tempo que o escondo, (pelo menos tento), mas é difícil. Não sei dos teus sentimentos e dou por
mim muitas vezes a fazer filmes na minha cabeça, mas prefiro a ignorância - saber só me daria mais razões para
chorar para além de chorar por me sentir estúpida só de pensar neste sentimento e de ver ao que cheguei. Eu só
quero que sejas feliz, a sério que quero, mesmo que não seja comigo. Só tenho é
que me encher de coragem e deitar as palavras cá para fora e dizer-te de uma
vez que me sinto capaz de te dar tudo aquilo que procuras, que podíamos ser felizes os dois: juntos. Mas como um
"mas" nunca é suficiente tenho medo de perder o pouco que tenho, que
na verdade não é assim tão pouco quanto isso. Gosto do que tenho, do que temos,
do que construímos ao longo deste tempo, e agora tenho receio
de deitar tudo a perder. Talvez até me podia surpreender, mas também talvez não
e ficaria em pedaços ali mesmo à tua frente e não me sinto suficientemente capaz de enfrentar o fundo sozinha novamente. Preciso do teu apoio como sempre me habituaste e por isso uma parte de mim diz-me que é melhor assim: porque mesmo que chore todas as noites quando acordo é um novo dia para enfrentar os meus medos. O meu lado (demasiado) organizada, ou talvez o meu novo lado mais cauteloso no que trata ao amor, não me deixam ser espontânea tanto quanto gostava, não
consigo prever o que vai acontecer e assusta-me: Muito! E por isso aqui
estou eu a desabafar mais uma vez, a falar para os meus botões, mais uma vez.